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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mídia e poder: análise como exercício contínuo

por Karina Babá Tubota

Nas reuniões dessa disciplina, tanto nas aulas, nos trabalhos em grupo, nos debates e no decorrer do semestre, o incentivo e a colaboração estiveram presentes pelo menos pela grande maioria da classe e, em grande parte, pelo mestre Dimas Kunsch.

A experiência foi bastante válida. Os trabalhos e discussões foram pertinentes segundo a proposta de reflexão sobre os meios de comunicação, tanto nas associações das obras (livros e filmes) como conteúdo como nas escolhas de cada grupo sobre diversas aplicações da teoria na mídia. No entanto, o espaço de interesse sobre as novas formas de olhar e fazer comunicação deveriam ser mais estimulados. A universidade, os cursos de Pós-Graduação e a pesquisa servem justamente para aguçar a crítica.

O método de aula foi interessante, na medida que nos colocou indagações pertienntes. Mas poderia ser melhor aproveitado se o blogs não fossem só divulgados, mas promovessem algum tipo de interação ou mesmo fosse criado pela reflexão de grupos e não individualmente, pois muitos dos blogs não receberam nenhuma visita, mesmo com conteúdo interessante. É preciso lembrar que a interação é importante e não menos abrangente. O tempo nos limitou e continua a ser um empecilho para ver o trabalho dos outrso, porém se fosse um espaço de reflexão em grupo, essa seria uma melhor forma de interagir e opinar sobre o conteúdo.

Por fim, obrigada a todos, sem exceção, pelos momentos em que aprendemos juntos que fazer e pensar comunicação consistem em um exercício contínuo, exaustivo, nem sempre compensador ou estimulante, mas muito prazeroso para quem faz esse exercício com o coração e com consciência social...

"Toda crítica social tem por fundamento uma idéia do melhor. É só em comparação com essa idéia que a sociedade existente pode parecer boa, sofrível, má ou insuportável. Mas a idéia do melhor não surge do nada: é pensada por homens concretos, membros da mesma sociedade que criticam. Se considerarmos que a mentalidade desses homens é inteiramente um 'produto' da sociedade, então, das duas uma: ou eles próprios incorrem nos males que denunciam, ou a sociedade, tendo dado a esses homens a idéia do melhor, não pode ser tão má quanto eles dizem." (Olavo de Carvalho - Folha da Tarde)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Mídia e poder: aprendizado

por Karina Babá Tubota

Podemos fazer comunicação, estar, trabalhar na área, mas estudar, pesquisar e refletir sobre o assunto não faz parte do dia-a-dia. Aprendi com as aulas, as reflexões, pensamentos, debates, teorias e indagações, a pensar como podemos fazer comunicação sem antes entendê-la, explorá-la e construir uma visão crítica. A partir desse momento, tentei levar para o dia-a-dia. Mas foi e continua sendo difícil.

A visão de fazer jornalismo e comunicação da mesma forma, sem questionar o que foi feito como bom ou ruim é uma prática comum e já bastante arraigada no dia-a-dia das redações . Talvez por ser idealista ou por ter certa liberdade de expressar novas idéias no trabalho, consegui alguns adeptos a minha filosofia profissional. Mas, muitos olharam-me de lado, outros sequer me ouviram e, para outros não quis manifestar minhas indagações.

Respeito opiniões diversas e amo gente de todo tipo, por isso, esse foi mais um aprendizado. Comunicar de forma verbal ou não-verbal soou-me como aquela história de que o bem vence o mal nem que seja pelo caminho mais longo e restrito, pois cada um tem sua forma de expressão e sua voz nem sempre aparecer para captada, é...realmente o silêncio vale mais do que mil palavras...

Mídia e Poder: avaliação positiva

por Karina Babá Tubota

No ínicio das aulas, deparei-me com uma dúvida: por quê fazer um blog para esta disciplina? No decorrer do curso, não só entendi a importância, como também adquiri o hábito de escrever sobre as reflexões do que lia sobre o tema que escolhi abordar aqui, o da democratização da comunicação.

Meu exercício foi de mostrar qual é a relação da mídia e do poder e as alternativas que podem ser criadas ou estão sendo elaboradas e os debates acerca de como criar novas formas de olhar a comunicação.

Foi quando percebi que não era somente importante criar um espaço de reflexão, mas também abrir a mente para receber o que vem de fora e o que já esta aí, para entender como essa relação de mídia e poder nos faz escravo dos mesmos paradigmas e dos mesmos hábitos. Foi muito díficil entrar no mundo das rádios comunitárias, desnistificar, entender que há pessoas que lutam para não sermos massacrados pela mídia e por liberdade de expressão como síntese máxima de seu trabalho e de susa vidas.

Alguns diriam que são lunáticos, outros aplaudiriam. No meu singular exercício de mostrar um pouco e fazer as pessoas refletirem sobre alguns dos assuntos que envolvem o poder da mídia e a democratização da comunicação, me inclino mais às palmas. Aprendi muito, ensinei um pouco aqui neste espaço e adquiri um novo olhar.

Quanto às aulas da disciplina em si, aprendi que a desconstrução de alguns conceitos contribuíram com minha formação profissional e psicológica. A todo momento, estive a pensar sobre diversos assuntos que poderiam nem passar pela minha mente, mesmo estando na área da comunicação. Um bom aprendizado é sempre um bom começo, um bom meio e um bom fim...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Política é para todos?










por Karina Babá Tubota

A política está em todas as esferas, essa não é uma novidade. A constatação de que as rádios comunitárias estão sendo investigadas por terem suas concessões ligadas com políticos é uma grave denúncia e uma "balde" de água fria para a democratização da comunicação. Ou será que é uma forma de cercear a liberdade de expressão de rádios comunitárias que, no seu conceito fudamental, deve exercer livre opinião de idéias e ações?

A participação social desse meio deve ser a principal prerrogativa. Conforme conhecemos, na maioria, são para fins sociais, mas já as que obtêm concessões, é preciso passar pelo crivo de reconhecer quais são os interesses e objetivos por trás da mensagem.



Muitas das rádios comunitárias têm boas idéias, pouca verba e incentivo. É necessário uma união de diversos movimentos e correntes que lutam para que a comunicação seja de qualidade e transmita a mensagem de forma mais próxima da realidade e da verdade, o velho príncipio básico do jornalismo sério.

Aqui se aplica a teoria das mediações de Guilherme Orozco Gómez. “O público da TV não nasce, mas se faz” (programas são pensados para atingir de terminado público). É isso o que acontece, as batalhas televisivas se dão no sentido de conquistar audiência e não para informar, como acontece na cobertura das eleições. Por esse motivo, deve haver uma educação crítica da sociedade sobre o conteúdo do que lhe é transmitido.

“A TV cada vez mais se constitui em um parâmetro do público ao captar e propor o que é relevante nesse âmbito, que nos ultrapassa no espaço e no aqui e no agora, ao ser mostrado na tela e introduzido em nossa própria casa, onde invade os espaços de intimidade” (Orozco).

Percebe-se que na cobertura das eleições, a TV tanto pode projetar a imagem de um candidato como destruí-la, como se vê em muitos casos em que emissoras elegeram ou privilegiaram determinados candidatos. “A TV produz notícias, não tanto no sentido que as inventa” (Orozco).

De acordo com a teoria, a notícia transmitida depende de uma série de elementos técnicos, ideológicos e profissionais de todos os envolvidos no processo de produção. E o que vai ao ar pressupõe várias compreensões sobre o que é o trabalho jornalístico e sobre o que é relevante. Além disso, a tão debatida imparcialidade não é um exercício absoluto. A sociedade marcada pela era televisiva é informada de acordo com interesses midiáticos e, portanto, humanos, já que são feitos por pessoas.

Aonde vamos parar? As esferas se confundem, a política invade o cenário da comunicação com tal força, que já não há espaço para "pensar" em idéias diferentes, alternativas. Qual é a mensagem? A de que a manipulação domina a face verdadeira de cada príncipio midiático, de que ações sociais não se interagem e, portanto, não criam voz capaz de enfrentar grandes emissoras e de que estamos fadados a antodemocracia, porque a política está na nossa casa como está para o público assistir na TV. Essa é a verdade?



ABRACO el 90% de las emisoras comunitarias autorizadas son controladas por políticos
24/11/2008
Alex Bezerra - Tribunadebetim.com
Amarc


Tribuna de Betim - Alex Bezerra
El presidente de la Asociación Brasileña de Radiodifusión Comunitaria (ABRACO), José Guilherme Castro, dijo que de las tres mil emisoras reglamentadas, el "10% tienen, de hecho, fines sociales. El resto tiene uso político", y agregó que "las radios comunitarias son una continuación del poder político". Según la ley, las emisoras deben tener "una programación pluralista, sin ningún tipo de censura".


Tribuna de Betim - 18 noviembre 2008
Rádios "comunitárias" podem ser investigadas

O presidente da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária, José Guilherme Castro, faz grave denúncia na véspera de mais uma reunião da comissão para deliberar sobre as concessões. De acordo com a lei, as emissoras devem ter "uma programação pluralista, sem qualquer tipo de censura" ou de cunho político-partidário. Segundo Castro, não há fiscalização.

José Guilherme de Castro diz que as rádios comunitárias sob o comando de associações e fundações vão entrar na mira do pente-fino da Comissão de Ciência e Tecnologia, Informática e Comunicação da Câmara. A Comissão é a última instância responsável pelas concessões e renovações das licenças.

Hoje, existem mais de três mil regulamentadas e elas lideram os pedidos de autorização que chegam à comissão.

Mas a maioria dessas pequenas estações – que, pela lei, devem divulgar conteúdo cultural e de utilidade pública – pode estar nas mãos de políticos que atuam por trás das associações.

Segundo José Guilherme Castro, "há três mil emissoras comunitárias e só 10% têm, de fato, fins sociais. O restante tem uso político. As rádios comunitárias são uma continuação do poder político".

"Utilidade Pública"
Hélio Costa admitiu a dificuldade de fiscalização em todo o país, apesar do processo minucioso comandado pela pasta. "Devemos abrir canais, em sites, por exemplo, para o cidadão denunciar as estações sob domínio de políticos."

Em Betim não é diferente. Após alguns meses de investigações, o web jornal investigativo Tribuna de Betim encontrou muitos indícios de que a maioria das rádios comunitárias de Betim pertence a políticos da cidade, onde usam associações como "laranja".

Até a única TV da cidade, que tem licença de cunho "cultural", pertence a um deputado estadual que usa uma fundação na qual todos os diretores são seus assessores.

A TV Betim (Fundação Cultural Mangabeiras) recentemente foi denunciada ao Sintert-MG por ter demitido radialistas e mantido estagiários nas suas funções.

Recentemente, o deputado estadual Adalclever Lopes (PMDB), do mesmo partido do deputado Ivair Nogueira, entrou com um pedido de declaração de utilidade pública da Fundação Mangabeiras (TV Betim).

Sócios-assessores
A Fundação Mangabeiras conseguiu a outorga para transmissão de TV através de um decreto do governo federal de 21 de março de 2002, que autoriza a fundação a executar, pelo prazo de quinze anos e sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão de sons e imagens, com fins exclusivamente educativos, na cidade de Betim, estado de Minas Gerais.

As principais rádios de Betim de cunho "comunitário" são as seguintes: Rádio Trincheira, comandada pelo vereador Geraldo Trindade (PSDB); nome da entidade: Associação Municipal de Amparo aos sem casa de Betim; sócios: Lindamar Rezende Trindade; Central FM, comandada pelo deputado estadual e ex-presidente da Câmara Municipal de Betim Rômulo Veneroso (PV); nome da entidade: Associação Comunitária da Região Central do Município de Betim; sócios: Kátia Mara Pinheiro Veneroso; Blitz FM, comandada pelo ex-vereador e pré-candidato à Câmara Municipal de Betim João Cruz.

Também a única TV da cidade, TV Betim, é comandada pelo deputado estadual Ivair Nogueira (PMDB) através de seus assessores da Fundação Cultural Mangabeiras; nome da entidade: Fundação Cultural Mangabeiras – TV CANAL 53-E; sócios: Wilson Pingo de Oliveira Antunes, Marco Aurélio Bráz e Paulo Sérgio Moreira de Faria. Os sócios são assessores do deputado Ivair Nogueira – Wilson Pingo e outros fazem parte do grupo político do deputado Ivair Nogueira.

Irmã do governador
Existem outras dezenas de rádios de menor porte na cidade que são comandadas por políticos.

O webjornal investigativo Tribuna de Betim levará ao Ministério Público as denúncias e documentos de investigação para que sejam apurados e punidos todos os responsáveis. A prefeitura de Betim também é investigada por transferência de verbas para ONG de políticos e amigos do prefeito. As rádios comunitárias são também beneficiadas com esse tipo de verba, porém as verbas são repassadas através de agências de comunicação que prestam serviços para a prefeitura, ficando assim mais difícil a fiscalização.

Existem denúncias de que, em época de eleições, as rádios "comunitárias" e TV recebem polpudas verbas para ajudar na divulgação dos candidatos ligados ao prefeito Carlaile Pedrosa (PSDB). Os valores são a partir de R$ 450,00 mensais até, para algumas rádios privilegiadas, mais de R$ 3 mil reais por mês.

A antiga rádio Arco-Íris, que funcionava no bairro Guarujá, em Betim, antes nas mãos de políticos betinenses, foi vendida já há algum tempo e hoje funciona com a concessão alugada para a igreja Universal do Reino de Deus através da rádio evangélica Líder FM 99,9 MHZ. A dona da concessão, entretanto, é a irmã do governador Aécio Neves, Andréa Neves e outra parente; nome da entidade: Rádio Arco-Íris ltda.; cidade: Betim; TS: FM Canal: 256; sócios: (D) Andréa Neves da Cunha e Inês Maria Neves Faria.

Com a palavra, os envolvidos e o Ministério Público. As informações obtidas sobre os sócios das entidades foram retiradas do sítio do Ministério das Comunicações.

Fora da realidade brasileira


por Karina Babá Tubota

No Brasil, o acesso à TV Digital ainda está longe de ser uma realidade efetiva. O alto custo é o maior dos entraves. Um conversor digital custa cerca de R$200,00, fora que muitos deles não funcionam de forma a melhorar a imagem mostrada na tela com a qualidade que os telespectadores esperam de um sistema de tecnologia avançada.

Portanto, em um ano de funcionamento, poucos avanços foram feitos na tentativa de democratizar esse acesso à maior parte da população. A TV digital é somente acessível a uma pequena parcela da sociedade que possui poder aquisitivo para pagar um aparelho televisivo "Full HD" que já contém o sistema acoplado ao aparelho.

A antiga questão dos "donos do poder" volta a reinar. As antigas emissoras não dão espaço à novos, porque já dominou o sistema digital adotado pelo Brasil e se insere em uma atmosfera dualística. A tal tecnologia avançada é apenas fachada, da minha, da sua, da realidade do Brasil, porque as velhas mídias são as novas, em um processo ilusório de progresso. Reflexo da realidade brasileira e das mazelas sociais? Não, falta de vontade política, de interesse, excesso de corrupção, covardia, passividade e imediatismo. Somos assim, corremos para avançar, progredir, ganhar dinheiro, fazer isso aquilo...não podemos parar. Quem disse?

Na reflexão da aula de dias atrás, em que o professor Dimas falou em "tempo" e "correria", parei uma madrugada inteira para pensar. É como se eu estivesse dormindo, no "Admirável Mundo Novo", aturdida pelo "SOMA" ou mesmo cega como as pessoas do livro "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago. Não dormi, mas no outro dia, estava bem, porque dei-me um tempo para refletir e saber que posso fazer algo. Pensaram que eu era louca.

Mas foi um misto de apoio, medo, admiração e revolta. Não foi coragem, foi covardia, mas mesmo assim, senti-me na obrigação e doei quarenta e duas horas do meu trabalho para dar um presente de Natal para muitas crianças e para uma comunidade inteira. Grande coisa, diriam! Foi pouco, eu sei, mas para elas, foi muito. Para mim, foi a melhor coisa do mundo e, em certo ponto, foi egoísta, porque fui eu quem mais aprendi, mais amei e mais me envolvi. Pretendo fazer isso, quantas vezes mais meu coração bater, então, pode ter certeza de que vai ser por muito tempo, porque tenho uma vontade tão imensa de viver e de ajudar em qualquer lugar ou coisa que eu faça, que não me dei conta do quanto sou pequena diante desse mundo.

Obrigada, tecnologia, você me fez ver um mundo novo de verdade, mas não o imaginário e sim o real...


TV digital no Brasil completa um ano de funcionamento

02/12/2008
Marco Antônio Soalheiro
Agência Brasil


Brasília - Ao completar hoje (2) o primeiro ano de funcionamento, o sistema brasileiro de TV digital comemora avanços na oferta do serviço e na produção de conteúdos, mas ainda tem pela frente o desafio de despertar maior interesse dos telespectadores e garantir interatividade. A tecnologia está implantada em dez cidades e a programação passa por adequações.

“Quando começamos, tínhamos duas novelas exibidas em alta definição e hoje temos canais de televisão inteiros feitos com programação 100% digital. Já temos uma linha completa de televisores aptos à tecnologia. É um balanço extremamente positivo e alvissareiro”, afirmou à Agência Brasil o presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Frederico Nogueira.

O SBTVD é um órgão consultivo e de assessoramento ao comitê governamental para o desenvolvimento da TV digital brasileira. O órgão prevê que a tecnologia digital deverá fechar 2008 com cobertura suficiente para atender cerca de 40 milhões de habitantes, com base no cronograma de implantação do Ministério das Comunicações e no número de habitantes das cidades (Censo 2007/IBGE), onde o sistema entrará em operação até o final de 2008.

Para que o potencial de crescimento técnico se traduza diretamente em maior número de telespectadores, os especialistas ressalvam ser necessária uma mudança cultural que não ocorre repentinamente.

“Uma coisa foi na última revolução, quando houve a migração do preto e branco para o colorido. Você tinha como visualizar isso. Agora, quando você diz que aumentou a definição de 420 linhas para 1.080 linhas há uma dificuldade de saber e compreender o que é isso. Então é preciso que pessoa veja, note a diferença e pense que aquilo é uma coisa para ser ter na sua casa”, argumentou Nogueira. “Mas isso é algo que, com o brasileiro gostando de tecnologia como gosta, será vencido até mais rapidamente do que em países com renda per capita mais alta que o Brasil”, previu.

Quando se fala em atrair mais telespectadores, a discussão se volta invariavelmente para o preço dos conversores de sinal. Hoje, o modelo mais simples desse aparelho que adapta o televisor para receber a programação digital é vendido a R$ 199,00.

Na última sexta-feira (28), ao comentar as perspectivas da tecnologia para os próximos anos, o ministro das Comunicações, Hélio Costa , destacou a necessidade de se ampliar a produção dos conversores ( atualmente na casa dos 100 mil aparelhos por mês) e a possibilidade de nova redução nos preços.

“Acho que o próprio governo tem espaço para reduzir impostos na área federal. Se conseguíssemos tirar o PIS e a Cofins, já teríamos aí um desconto básico de 30% no preço do conversor”, afirmou o ministro.

A perspectiva de queda no preço também é apontada pelo SBTVD. “O ciclo de vida de qualquer produto começa com um preço mais alto e vai baixando. Você vai diluindo custos, a economia de escala vai funcionando, com mais gente comprando”, avaliou Nogueira.

Uma previsão de vendas da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) mostra que até o fim desse ano devem ser comercializados de 100 mil a 120 mil conversores, 90 mil aparelhos de TV com conversores embutidos, 100 mil receptores portáteis e 180 mil receptores móveis (celulares). O SBTVD calcula, por sua vez, que 645 mil telespectadores façam uso das transmissões digitais em dezembro de 2008.

Até o segundo aniversário de implantação, especialistas e autoridades prevêem que a TV digital brasileira estará implantada em todas as capitais e em cidades importantes do interior, já com os recursos de interatividade disponíveis após a conclusão de especificações técnicas.

São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) já têm transmissão digital em HD e para dispositivos móveis e portáteis. Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Campinas (SP) terão até este mês.

Saturação em rede

por Karina Babá Tubota

O serviço de banda larga já mostra sinais de saturação. Por um lado, a era digital já revelou grandes feitos, porém ainda revela desorganização e milhares de brasileiros ainda não têm acesso à internet e aos meios de comunicação digitais.
Portanto, tornou-se um grande paradoxo, pois democratizar a comunicação também envolve criar acessibilidade para todos, sem exceção.

Muitas pessoas não possuem sequer um computador ou uma conexão via telefone, quanto mais banda larga. Não tem internet rápida, nem dinheiro para comprar um aparelho. A televisão ainda é o meio mais comum e de mais abrangência no Brasil.

Já não basta ter que enfrentar os congestionamentos no trânsito, teremos que passar pelos “apagões na rede”? A evolução digital também transpassa o terreno do limite, em que é preciso novas formas de realizar a otimização do tráfego de rede. A banda larga não é um recurso infinito, mas a tecnologia tem muito para avançar. Porém, toda essa expectativa não pôde ser prevista? É como se as provisões de futuro não fossem consideradas. Será que podemos comparar com os desmoronamentos em Santa Catarina? Por quê não prevenir, para que remediar?


Banda larga começa a dar sinais de saturação
01/12/2008
Redação
Caderno Digital


Estudo indica que demanda por Internet rápida superará a oferta em quatro anos, provocando "apagões" da rede.

O crescimento da demanda por banda larga deverá provocar problemas graves do serviço já em 2012. A solução para evitar um eventual colapso será a otimização do tráfego de rede, de acordo com a análise de Osmar Correa, gerente de comunicações da Allot, empresa líder em otimização de serviços IP, baseado em números divulgados pela Nemertis Research esta semana.

"É errado pensar que a banda larga é um recurso que pode ser expandido infinitamente. Assim como o serviço de água ou esgoto, a largura de banda também possui um limite", comenta Osmar Correa, gerente de comunicações da Allot. O estudo aponta para a deterioração de certas aplicações de Internet que consomem muita largura de banda, como streaming de video e redes peer-to-peer - rede de troca de arquivos entre usuários - o que provocará "apagões" do serviço.

Como as ruas de uma cidade que podem ser alargadas até um certo ponto para o escoamento do trânsito, a expansão da rede de dados também possui limitações. "As operadoras e os provedores terão que investir em tecnologia para gestão do tráfego de rede. A demanda está exigindo cada vez mais da largura de banda e, se nada for feito, o internauta terá que conviver com engarrafamentos também na Internet", comenta Correa.

Somente no Brasil, números da Anatel indicam que os acessos à internet em alta velocidade chegarão, em 10 anos, a 40 milhões pela rede fixa e 125 milhões pela rede móvel. Este aumento acelerado coloca em discussão a criação de pacotes diferenciados de acordo com as necessidades do usuário. "A gestão do tráfego possibilita a opção de pagar de acordo com os hábitos de uso, melhorando a qualidade geral do serviço", comenta Correa.
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