por Karina Babá Tubota
No Brasil, o acesso à TV Digital ainda está longe de ser uma realidade efetiva. O alto custo é o maior dos entraves. Um conversor digital custa cerca de R$200,00, fora que muitos deles não funcionam de forma a melhorar a imagem mostrada na tela com a qualidade que os telespectadores esperam de um sistema de tecnologia avançada.
Portanto, em um ano de funcionamento, poucos avanços foram feitos na tentativa de democratizar esse acesso à maior parte da população. A TV digital é somente acessível a uma pequena parcela da sociedade que possui poder aquisitivo para pagar um aparelho televisivo "Full HD" que já contém o sistema acoplado ao aparelho.
A antiga questão dos "donos do poder" volta a reinar. As antigas emissoras não dão espaço à novos, porque já dominou o sistema digital adotado pelo Brasil e se insere em uma atmosfera dualística. A tal tecnologia avançada é apenas fachada, da minha, da sua, da realidade do Brasil, porque as velhas mídias são as novas, em um processo ilusório de progresso. Reflexo da realidade brasileira e das mazelas sociais? Não, falta de vontade política, de interesse, excesso de corrupção, covardia, passividade e imediatismo. Somos assim, corremos para avançar, progredir, ganhar dinheiro, fazer isso aquilo...não podemos parar. Quem disse?
Na reflexão da aula de dias atrás, em que o professor Dimas falou em "tempo" e "correria", parei uma madrugada inteira para pensar. É como se eu estivesse dormindo, no "Admirável Mundo Novo", aturdida pelo "SOMA" ou mesmo cega como as pessoas do livro "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago. Não dormi, mas no outro dia, estava bem, porque dei-me um tempo para refletir e saber que posso fazer algo. Pensaram que eu era louca.
Mas foi um misto de apoio, medo, admiração e revolta. Não foi coragem, foi covardia, mas mesmo assim, senti-me na obrigação e doei quarenta e duas horas do meu trabalho para dar um presente de Natal para muitas crianças e para uma comunidade inteira. Grande coisa, diriam! Foi pouco, eu sei, mas para elas, foi muito. Para mim, foi a melhor coisa do mundo e, em certo ponto, foi egoísta, porque fui eu quem mais aprendi, mais amei e mais me envolvi. Pretendo fazer isso, quantas vezes mais meu coração bater, então, pode ter certeza de que vai ser por muito tempo, porque tenho uma vontade tão imensa de viver e de ajudar em qualquer lugar ou coisa que eu faça, que não me dei conta do quanto sou pequena diante desse mundo.
Obrigada, tecnologia, você me fez ver um mundo novo de verdade, mas não o imaginário e sim o real...
TV digital no Brasil completa um ano de funcionamento
02/12/2008
Marco Antônio Soalheiro
Agência Brasil
Brasília - Ao completar hoje (2) o primeiro ano de funcionamento, o sistema brasileiro de TV digital comemora avanços na oferta do serviço e na produção de conteúdos, mas ainda tem pela frente o desafio de despertar maior interesse dos telespectadores e garantir interatividade. A tecnologia está implantada em dez cidades e a programação passa por adequações.
“Quando começamos, tínhamos duas novelas exibidas em alta definição e hoje temos canais de televisão inteiros feitos com programação 100% digital. Já temos uma linha completa de televisores aptos à tecnologia. É um balanço extremamente positivo e alvissareiro”, afirmou à Agência Brasil o presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Frederico Nogueira.
O SBTVD é um órgão consultivo e de assessoramento ao comitê governamental para o desenvolvimento da TV digital brasileira. O órgão prevê que a tecnologia digital deverá fechar 2008 com cobertura suficiente para atender cerca de 40 milhões de habitantes, com base no cronograma de implantação do Ministério das Comunicações e no número de habitantes das cidades (Censo 2007/IBGE), onde o sistema entrará em operação até o final de 2008.
Para que o potencial de crescimento técnico se traduza diretamente em maior número de telespectadores, os especialistas ressalvam ser necessária uma mudança cultural que não ocorre repentinamente.
“Uma coisa foi na última revolução, quando houve a migração do preto e branco para o colorido. Você tinha como visualizar isso. Agora, quando você diz que aumentou a definição de 420 linhas para 1.080 linhas há uma dificuldade de saber e compreender o que é isso. Então é preciso que pessoa veja, note a diferença e pense que aquilo é uma coisa para ser ter na sua casa”, argumentou Nogueira. “Mas isso é algo que, com o brasileiro gostando de tecnologia como gosta, será vencido até mais rapidamente do que em países com renda per capita mais alta que o Brasil”, previu.
Quando se fala em atrair mais telespectadores, a discussão se volta invariavelmente para o preço dos conversores de sinal. Hoje, o modelo mais simples desse aparelho que adapta o televisor para receber a programação digital é vendido a R$ 199,00.
Na última sexta-feira (28), ao comentar as perspectivas da tecnologia para os próximos anos, o ministro das Comunicações, Hélio Costa , destacou a necessidade de se ampliar a produção dos conversores ( atualmente na casa dos 100 mil aparelhos por mês) e a possibilidade de nova redução nos preços.
“Acho que o próprio governo tem espaço para reduzir impostos na área federal. Se conseguíssemos tirar o PIS e a Cofins, já teríamos aí um desconto básico de 30% no preço do conversor”, afirmou o ministro.
A perspectiva de queda no preço também é apontada pelo SBTVD. “O ciclo de vida de qualquer produto começa com um preço mais alto e vai baixando. Você vai diluindo custos, a economia de escala vai funcionando, com mais gente comprando”, avaliou Nogueira.
Uma previsão de vendas da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) mostra que até o fim desse ano devem ser comercializados de 100 mil a 120 mil conversores, 90 mil aparelhos de TV com conversores embutidos, 100 mil receptores portáteis e 180 mil receptores móveis (celulares). O SBTVD calcula, por sua vez, que 645 mil telespectadores façam uso das transmissões digitais em dezembro de 2008.
Até o segundo aniversário de implantação, especialistas e autoridades prevêem que a TV digital brasileira estará implantada em todas as capitais e em cidades importantes do interior, já com os recursos de interatividade disponíveis após a conclusão de especificações técnicas.
São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) já têm transmissão digital em HD e para dispositivos móveis e portáteis. Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Campinas (SP) terão até este mês.
No Brasil, o acesso à TV Digital ainda está longe de ser uma realidade efetiva. O alto custo é o maior dos entraves. Um conversor digital custa cerca de R$200,00, fora que muitos deles não funcionam de forma a melhorar a imagem mostrada na tela com a qualidade que os telespectadores esperam de um sistema de tecnologia avançada.
Portanto, em um ano de funcionamento, poucos avanços foram feitos na tentativa de democratizar esse acesso à maior parte da população. A TV digital é somente acessível a uma pequena parcela da sociedade que possui poder aquisitivo para pagar um aparelho televisivo "Full HD" que já contém o sistema acoplado ao aparelho.
A antiga questão dos "donos do poder" volta a reinar. As antigas emissoras não dão espaço à novos, porque já dominou o sistema digital adotado pelo Brasil e se insere em uma atmosfera dualística. A tal tecnologia avançada é apenas fachada, da minha, da sua, da realidade do Brasil, porque as velhas mídias são as novas, em um processo ilusório de progresso. Reflexo da realidade brasileira e das mazelas sociais? Não, falta de vontade política, de interesse, excesso de corrupção, covardia, passividade e imediatismo. Somos assim, corremos para avançar, progredir, ganhar dinheiro, fazer isso aquilo...não podemos parar. Quem disse?
Na reflexão da aula de dias atrás, em que o professor Dimas falou em "tempo" e "correria", parei uma madrugada inteira para pensar. É como se eu estivesse dormindo, no "Admirável Mundo Novo", aturdida pelo "SOMA" ou mesmo cega como as pessoas do livro "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago. Não dormi, mas no outro dia, estava bem, porque dei-me um tempo para refletir e saber que posso fazer algo. Pensaram que eu era louca.
Mas foi um misto de apoio, medo, admiração e revolta. Não foi coragem, foi covardia, mas mesmo assim, senti-me na obrigação e doei quarenta e duas horas do meu trabalho para dar um presente de Natal para muitas crianças e para uma comunidade inteira. Grande coisa, diriam! Foi pouco, eu sei, mas para elas, foi muito. Para mim, foi a melhor coisa do mundo e, em certo ponto, foi egoísta, porque fui eu quem mais aprendi, mais amei e mais me envolvi. Pretendo fazer isso, quantas vezes mais meu coração bater, então, pode ter certeza de que vai ser por muito tempo, porque tenho uma vontade tão imensa de viver e de ajudar em qualquer lugar ou coisa que eu faça, que não me dei conta do quanto sou pequena diante desse mundo.
Obrigada, tecnologia, você me fez ver um mundo novo de verdade, mas não o imaginário e sim o real...
TV digital no Brasil completa um ano de funcionamento
02/12/2008
Marco Antônio Soalheiro
Agência Brasil
Brasília - Ao completar hoje (2) o primeiro ano de funcionamento, o sistema brasileiro de TV digital comemora avanços na oferta do serviço e na produção de conteúdos, mas ainda tem pela frente o desafio de despertar maior interesse dos telespectadores e garantir interatividade. A tecnologia está implantada em dez cidades e a programação passa por adequações.
“Quando começamos, tínhamos duas novelas exibidas em alta definição e hoje temos canais de televisão inteiros feitos com programação 100% digital. Já temos uma linha completa de televisores aptos à tecnologia. É um balanço extremamente positivo e alvissareiro”, afirmou à Agência Brasil o presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Frederico Nogueira.
O SBTVD é um órgão consultivo e de assessoramento ao comitê governamental para o desenvolvimento da TV digital brasileira. O órgão prevê que a tecnologia digital deverá fechar 2008 com cobertura suficiente para atender cerca de 40 milhões de habitantes, com base no cronograma de implantação do Ministério das Comunicações e no número de habitantes das cidades (Censo 2007/IBGE), onde o sistema entrará em operação até o final de 2008.
Para que o potencial de crescimento técnico se traduza diretamente em maior número de telespectadores, os especialistas ressalvam ser necessária uma mudança cultural que não ocorre repentinamente.
“Uma coisa foi na última revolução, quando houve a migração do preto e branco para o colorido. Você tinha como visualizar isso. Agora, quando você diz que aumentou a definição de 420 linhas para 1.080 linhas há uma dificuldade de saber e compreender o que é isso. Então é preciso que pessoa veja, note a diferença e pense que aquilo é uma coisa para ser ter na sua casa”, argumentou Nogueira. “Mas isso é algo que, com o brasileiro gostando de tecnologia como gosta, será vencido até mais rapidamente do que em países com renda per capita mais alta que o Brasil”, previu.
Quando se fala em atrair mais telespectadores, a discussão se volta invariavelmente para o preço dos conversores de sinal. Hoje, o modelo mais simples desse aparelho que adapta o televisor para receber a programação digital é vendido a R$ 199,00.
Na última sexta-feira (28), ao comentar as perspectivas da tecnologia para os próximos anos, o ministro das Comunicações, Hélio Costa , destacou a necessidade de se ampliar a produção dos conversores ( atualmente na casa dos 100 mil aparelhos por mês) e a possibilidade de nova redução nos preços.
“Acho que o próprio governo tem espaço para reduzir impostos na área federal. Se conseguíssemos tirar o PIS e a Cofins, já teríamos aí um desconto básico de 30% no preço do conversor”, afirmou o ministro.
A perspectiva de queda no preço também é apontada pelo SBTVD. “O ciclo de vida de qualquer produto começa com um preço mais alto e vai baixando. Você vai diluindo custos, a economia de escala vai funcionando, com mais gente comprando”, avaliou Nogueira.
Uma previsão de vendas da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) mostra que até o fim desse ano devem ser comercializados de 100 mil a 120 mil conversores, 90 mil aparelhos de TV com conversores embutidos, 100 mil receptores portáteis e 180 mil receptores móveis (celulares). O SBTVD calcula, por sua vez, que 645 mil telespectadores façam uso das transmissões digitais em dezembro de 2008.
Até o segundo aniversário de implantação, especialistas e autoridades prevêem que a TV digital brasileira estará implantada em todas as capitais e em cidades importantes do interior, já com os recursos de interatividade disponíveis após a conclusão de especificações técnicas.
São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) já têm transmissão digital em HD e para dispositivos móveis e portáteis. Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Campinas (SP) terão até este mês.
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