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sábado, 23 de abril de 2011

Monografia: "PERSPECTIVAS SOBRE O USO DE BLOGS PELA IMPRENSA RUMO À DEMOCRATIZAÇÂO DA COMUNICAÇÃO"

Vou postar minha monografia da Pós-Graduação em Comunicação Jornalística, realizada pela Faculdade Cásper Líbero, que concluí em julho de 2009. Ganhei nota máxima após muita dedicação e esforço. Espero que contribua com a pesquisa neste país, que é tão mal valorizada...

O título é "PERSPECTIVAS SOBRE O USO DE BLOGS PELA IMPRENSA RUMO À DEMOCRATIZAÇÂO DA COMUNICAÇÃO" e, sob a orientação do prof. Dr. Walter Teixeira Lima Jr, tem tudo a ver com este blog. Agora sim, completo e atualizado.

Disponível neste link: https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0B0DobJTERyFsZGMxNGE0MWUtN2UzNC00YjMzLWJjODMtZjViYjJiMWJlYzll&hl=pt_BR

Grata a todos pela transmissão de informação e que a liberdade de expressão seja a premissa das boas causas.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mídia e poder: análise como exercício contínuo

por Karina Babá Tubota

Nas reuniões dessa disciplina, tanto nas aulas, nos trabalhos em grupo, nos debates e no decorrer do semestre, o incentivo e a colaboração estiveram presentes pelo menos pela grande maioria da classe e, em grande parte, pelo mestre Dimas Kunsch.

A experiência foi bastante válida. Os trabalhos e discussões foram pertinentes segundo a proposta de reflexão sobre os meios de comunicação, tanto nas associações das obras (livros e filmes) como conteúdo como nas escolhas de cada grupo sobre diversas aplicações da teoria na mídia. No entanto, o espaço de interesse sobre as novas formas de olhar e fazer comunicação deveriam ser mais estimulados. A universidade, os cursos de Pós-Graduação e a pesquisa servem justamente para aguçar a crítica.

O método de aula foi interessante, na medida que nos colocou indagações pertienntes. Mas poderia ser melhor aproveitado se o blogs não fossem só divulgados, mas promovessem algum tipo de interação ou mesmo fosse criado pela reflexão de grupos e não individualmente, pois muitos dos blogs não receberam nenhuma visita, mesmo com conteúdo interessante. É preciso lembrar que a interação é importante e não menos abrangente. O tempo nos limitou e continua a ser um empecilho para ver o trabalho dos outrso, porém se fosse um espaço de reflexão em grupo, essa seria uma melhor forma de interagir e opinar sobre o conteúdo.

Por fim, obrigada a todos, sem exceção, pelos momentos em que aprendemos juntos que fazer e pensar comunicação consistem em um exercício contínuo, exaustivo, nem sempre compensador ou estimulante, mas muito prazeroso para quem faz esse exercício com o coração e com consciência social...

"Toda crítica social tem por fundamento uma idéia do melhor. É só em comparação com essa idéia que a sociedade existente pode parecer boa, sofrível, má ou insuportável. Mas a idéia do melhor não surge do nada: é pensada por homens concretos, membros da mesma sociedade que criticam. Se considerarmos que a mentalidade desses homens é inteiramente um 'produto' da sociedade, então, das duas uma: ou eles próprios incorrem nos males que denunciam, ou a sociedade, tendo dado a esses homens a idéia do melhor, não pode ser tão má quanto eles dizem." (Olavo de Carvalho - Folha da Tarde)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Mídia e poder: aprendizado

por Karina Babá Tubota

Podemos fazer comunicação, estar, trabalhar na área, mas estudar, pesquisar e refletir sobre o assunto não faz parte do dia-a-dia. Aprendi com as aulas, as reflexões, pensamentos, debates, teorias e indagações, a pensar como podemos fazer comunicação sem antes entendê-la, explorá-la e construir uma visão crítica. A partir desse momento, tentei levar para o dia-a-dia. Mas foi e continua sendo difícil.

A visão de fazer jornalismo e comunicação da mesma forma, sem questionar o que foi feito como bom ou ruim é uma prática comum e já bastante arraigada no dia-a-dia das redações . Talvez por ser idealista ou por ter certa liberdade de expressar novas idéias no trabalho, consegui alguns adeptos a minha filosofia profissional. Mas, muitos olharam-me de lado, outros sequer me ouviram e, para outros não quis manifestar minhas indagações.

Respeito opiniões diversas e amo gente de todo tipo, por isso, esse foi mais um aprendizado. Comunicar de forma verbal ou não-verbal soou-me como aquela história de que o bem vence o mal nem que seja pelo caminho mais longo e restrito, pois cada um tem sua forma de expressão e sua voz nem sempre aparecer para captada, é...realmente o silêncio vale mais do que mil palavras...

Mídia e Poder: avaliação positiva

por Karina Babá Tubota

No ínicio das aulas, deparei-me com uma dúvida: por quê fazer um blog para esta disciplina? No decorrer do curso, não só entendi a importância, como também adquiri o hábito de escrever sobre as reflexões do que lia sobre o tema que escolhi abordar aqui, o da democratização da comunicação.

Meu exercício foi de mostrar qual é a relação da mídia e do poder e as alternativas que podem ser criadas ou estão sendo elaboradas e os debates acerca de como criar novas formas de olhar a comunicação.

Foi quando percebi que não era somente importante criar um espaço de reflexão, mas também abrir a mente para receber o que vem de fora e o que já esta aí, para entender como essa relação de mídia e poder nos faz escravo dos mesmos paradigmas e dos mesmos hábitos. Foi muito díficil entrar no mundo das rádios comunitárias, desnistificar, entender que há pessoas que lutam para não sermos massacrados pela mídia e por liberdade de expressão como síntese máxima de seu trabalho e de susa vidas.

Alguns diriam que são lunáticos, outros aplaudiriam. No meu singular exercício de mostrar um pouco e fazer as pessoas refletirem sobre alguns dos assuntos que envolvem o poder da mídia e a democratização da comunicação, me inclino mais às palmas. Aprendi muito, ensinei um pouco aqui neste espaço e adquiri um novo olhar.

Quanto às aulas da disciplina em si, aprendi que a desconstrução de alguns conceitos contribuíram com minha formação profissional e psicológica. A todo momento, estive a pensar sobre diversos assuntos que poderiam nem passar pela minha mente, mesmo estando na área da comunicação. Um bom aprendizado é sempre um bom começo, um bom meio e um bom fim...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Política é para todos?










por Karina Babá Tubota

A política está em todas as esferas, essa não é uma novidade. A constatação de que as rádios comunitárias estão sendo investigadas por terem suas concessões ligadas com políticos é uma grave denúncia e uma "balde" de água fria para a democratização da comunicação. Ou será que é uma forma de cercear a liberdade de expressão de rádios comunitárias que, no seu conceito fudamental, deve exercer livre opinião de idéias e ações?

A participação social desse meio deve ser a principal prerrogativa. Conforme conhecemos, na maioria, são para fins sociais, mas já as que obtêm concessões, é preciso passar pelo crivo de reconhecer quais são os interesses e objetivos por trás da mensagem.



Muitas das rádios comunitárias têm boas idéias, pouca verba e incentivo. É necessário uma união de diversos movimentos e correntes que lutam para que a comunicação seja de qualidade e transmita a mensagem de forma mais próxima da realidade e da verdade, o velho príncipio básico do jornalismo sério.

Aqui se aplica a teoria das mediações de Guilherme Orozco Gómez. “O público da TV não nasce, mas se faz” (programas são pensados para atingir de terminado público). É isso o que acontece, as batalhas televisivas se dão no sentido de conquistar audiência e não para informar, como acontece na cobertura das eleições. Por esse motivo, deve haver uma educação crítica da sociedade sobre o conteúdo do que lhe é transmitido.

“A TV cada vez mais se constitui em um parâmetro do público ao captar e propor o que é relevante nesse âmbito, que nos ultrapassa no espaço e no aqui e no agora, ao ser mostrado na tela e introduzido em nossa própria casa, onde invade os espaços de intimidade” (Orozco).

Percebe-se que na cobertura das eleições, a TV tanto pode projetar a imagem de um candidato como destruí-la, como se vê em muitos casos em que emissoras elegeram ou privilegiaram determinados candidatos. “A TV produz notícias, não tanto no sentido que as inventa” (Orozco).

De acordo com a teoria, a notícia transmitida depende de uma série de elementos técnicos, ideológicos e profissionais de todos os envolvidos no processo de produção. E o que vai ao ar pressupõe várias compreensões sobre o que é o trabalho jornalístico e sobre o que é relevante. Além disso, a tão debatida imparcialidade não é um exercício absoluto. A sociedade marcada pela era televisiva é informada de acordo com interesses midiáticos e, portanto, humanos, já que são feitos por pessoas.

Aonde vamos parar? As esferas se confundem, a política invade o cenário da comunicação com tal força, que já não há espaço para "pensar" em idéias diferentes, alternativas. Qual é a mensagem? A de que a manipulação domina a face verdadeira de cada príncipio midiático, de que ações sociais não se interagem e, portanto, não criam voz capaz de enfrentar grandes emissoras e de que estamos fadados a antodemocracia, porque a política está na nossa casa como está para o público assistir na TV. Essa é a verdade?



ABRACO el 90% de las emisoras comunitarias autorizadas son controladas por políticos
24/11/2008
Alex Bezerra - Tribunadebetim.com
Amarc


Tribuna de Betim - Alex Bezerra
El presidente de la Asociación Brasileña de Radiodifusión Comunitaria (ABRACO), José Guilherme Castro, dijo que de las tres mil emisoras reglamentadas, el "10% tienen, de hecho, fines sociales. El resto tiene uso político", y agregó que "las radios comunitarias son una continuación del poder político". Según la ley, las emisoras deben tener "una programación pluralista, sin ningún tipo de censura".


Tribuna de Betim - 18 noviembre 2008
Rádios "comunitárias" podem ser investigadas

O presidente da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária, José Guilherme Castro, faz grave denúncia na véspera de mais uma reunião da comissão para deliberar sobre as concessões. De acordo com a lei, as emissoras devem ter "uma programação pluralista, sem qualquer tipo de censura" ou de cunho político-partidário. Segundo Castro, não há fiscalização.

José Guilherme de Castro diz que as rádios comunitárias sob o comando de associações e fundações vão entrar na mira do pente-fino da Comissão de Ciência e Tecnologia, Informática e Comunicação da Câmara. A Comissão é a última instância responsável pelas concessões e renovações das licenças.

Hoje, existem mais de três mil regulamentadas e elas lideram os pedidos de autorização que chegam à comissão.

Mas a maioria dessas pequenas estações – que, pela lei, devem divulgar conteúdo cultural e de utilidade pública – pode estar nas mãos de políticos que atuam por trás das associações.

Segundo José Guilherme Castro, "há três mil emissoras comunitárias e só 10% têm, de fato, fins sociais. O restante tem uso político. As rádios comunitárias são uma continuação do poder político".

"Utilidade Pública"
Hélio Costa admitiu a dificuldade de fiscalização em todo o país, apesar do processo minucioso comandado pela pasta. "Devemos abrir canais, em sites, por exemplo, para o cidadão denunciar as estações sob domínio de políticos."

Em Betim não é diferente. Após alguns meses de investigações, o web jornal investigativo Tribuna de Betim encontrou muitos indícios de que a maioria das rádios comunitárias de Betim pertence a políticos da cidade, onde usam associações como "laranja".

Até a única TV da cidade, que tem licença de cunho "cultural", pertence a um deputado estadual que usa uma fundação na qual todos os diretores são seus assessores.

A TV Betim (Fundação Cultural Mangabeiras) recentemente foi denunciada ao Sintert-MG por ter demitido radialistas e mantido estagiários nas suas funções.

Recentemente, o deputado estadual Adalclever Lopes (PMDB), do mesmo partido do deputado Ivair Nogueira, entrou com um pedido de declaração de utilidade pública da Fundação Mangabeiras (TV Betim).

Sócios-assessores
A Fundação Mangabeiras conseguiu a outorga para transmissão de TV através de um decreto do governo federal de 21 de março de 2002, que autoriza a fundação a executar, pelo prazo de quinze anos e sem direito de exclusividade, serviço de radiodifusão de sons e imagens, com fins exclusivamente educativos, na cidade de Betim, estado de Minas Gerais.

As principais rádios de Betim de cunho "comunitário" são as seguintes: Rádio Trincheira, comandada pelo vereador Geraldo Trindade (PSDB); nome da entidade: Associação Municipal de Amparo aos sem casa de Betim; sócios: Lindamar Rezende Trindade; Central FM, comandada pelo deputado estadual e ex-presidente da Câmara Municipal de Betim Rômulo Veneroso (PV); nome da entidade: Associação Comunitária da Região Central do Município de Betim; sócios: Kátia Mara Pinheiro Veneroso; Blitz FM, comandada pelo ex-vereador e pré-candidato à Câmara Municipal de Betim João Cruz.

Também a única TV da cidade, TV Betim, é comandada pelo deputado estadual Ivair Nogueira (PMDB) através de seus assessores da Fundação Cultural Mangabeiras; nome da entidade: Fundação Cultural Mangabeiras – TV CANAL 53-E; sócios: Wilson Pingo de Oliveira Antunes, Marco Aurélio Bráz e Paulo Sérgio Moreira de Faria. Os sócios são assessores do deputado Ivair Nogueira – Wilson Pingo e outros fazem parte do grupo político do deputado Ivair Nogueira.

Irmã do governador
Existem outras dezenas de rádios de menor porte na cidade que são comandadas por políticos.

O webjornal investigativo Tribuna de Betim levará ao Ministério Público as denúncias e documentos de investigação para que sejam apurados e punidos todos os responsáveis. A prefeitura de Betim também é investigada por transferência de verbas para ONG de políticos e amigos do prefeito. As rádios comunitárias são também beneficiadas com esse tipo de verba, porém as verbas são repassadas através de agências de comunicação que prestam serviços para a prefeitura, ficando assim mais difícil a fiscalização.

Existem denúncias de que, em época de eleições, as rádios "comunitárias" e TV recebem polpudas verbas para ajudar na divulgação dos candidatos ligados ao prefeito Carlaile Pedrosa (PSDB). Os valores são a partir de R$ 450,00 mensais até, para algumas rádios privilegiadas, mais de R$ 3 mil reais por mês.

A antiga rádio Arco-Íris, que funcionava no bairro Guarujá, em Betim, antes nas mãos de políticos betinenses, foi vendida já há algum tempo e hoje funciona com a concessão alugada para a igreja Universal do Reino de Deus através da rádio evangélica Líder FM 99,9 MHZ. A dona da concessão, entretanto, é a irmã do governador Aécio Neves, Andréa Neves e outra parente; nome da entidade: Rádio Arco-Íris ltda.; cidade: Betim; TS: FM Canal: 256; sócios: (D) Andréa Neves da Cunha e Inês Maria Neves Faria.

Com a palavra, os envolvidos e o Ministério Público. As informações obtidas sobre os sócios das entidades foram retiradas do sítio do Ministério das Comunicações.

Fora da realidade brasileira


por Karina Babá Tubota

No Brasil, o acesso à TV Digital ainda está longe de ser uma realidade efetiva. O alto custo é o maior dos entraves. Um conversor digital custa cerca de R$200,00, fora que muitos deles não funcionam de forma a melhorar a imagem mostrada na tela com a qualidade que os telespectadores esperam de um sistema de tecnologia avançada.

Portanto, em um ano de funcionamento, poucos avanços foram feitos na tentativa de democratizar esse acesso à maior parte da população. A TV digital é somente acessível a uma pequena parcela da sociedade que possui poder aquisitivo para pagar um aparelho televisivo "Full HD" que já contém o sistema acoplado ao aparelho.

A antiga questão dos "donos do poder" volta a reinar. As antigas emissoras não dão espaço à novos, porque já dominou o sistema digital adotado pelo Brasil e se insere em uma atmosfera dualística. A tal tecnologia avançada é apenas fachada, da minha, da sua, da realidade do Brasil, porque as velhas mídias são as novas, em um processo ilusório de progresso. Reflexo da realidade brasileira e das mazelas sociais? Não, falta de vontade política, de interesse, excesso de corrupção, covardia, passividade e imediatismo. Somos assim, corremos para avançar, progredir, ganhar dinheiro, fazer isso aquilo...não podemos parar. Quem disse?

Na reflexão da aula de dias atrás, em que o professor Dimas falou em "tempo" e "correria", parei uma madrugada inteira para pensar. É como se eu estivesse dormindo, no "Admirável Mundo Novo", aturdida pelo "SOMA" ou mesmo cega como as pessoas do livro "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago. Não dormi, mas no outro dia, estava bem, porque dei-me um tempo para refletir e saber que posso fazer algo. Pensaram que eu era louca.

Mas foi um misto de apoio, medo, admiração e revolta. Não foi coragem, foi covardia, mas mesmo assim, senti-me na obrigação e doei quarenta e duas horas do meu trabalho para dar um presente de Natal para muitas crianças e para uma comunidade inteira. Grande coisa, diriam! Foi pouco, eu sei, mas para elas, foi muito. Para mim, foi a melhor coisa do mundo e, em certo ponto, foi egoísta, porque fui eu quem mais aprendi, mais amei e mais me envolvi. Pretendo fazer isso, quantas vezes mais meu coração bater, então, pode ter certeza de que vai ser por muito tempo, porque tenho uma vontade tão imensa de viver e de ajudar em qualquer lugar ou coisa que eu faça, que não me dei conta do quanto sou pequena diante desse mundo.

Obrigada, tecnologia, você me fez ver um mundo novo de verdade, mas não o imaginário e sim o real...


TV digital no Brasil completa um ano de funcionamento

02/12/2008
Marco Antônio Soalheiro
Agência Brasil


Brasília - Ao completar hoje (2) o primeiro ano de funcionamento, o sistema brasileiro de TV digital comemora avanços na oferta do serviço e na produção de conteúdos, mas ainda tem pela frente o desafio de despertar maior interesse dos telespectadores e garantir interatividade. A tecnologia está implantada em dez cidades e a programação passa por adequações.

“Quando começamos, tínhamos duas novelas exibidas em alta definição e hoje temos canais de televisão inteiros feitos com programação 100% digital. Já temos uma linha completa de televisores aptos à tecnologia. É um balanço extremamente positivo e alvissareiro”, afirmou à Agência Brasil o presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Frederico Nogueira.

O SBTVD é um órgão consultivo e de assessoramento ao comitê governamental para o desenvolvimento da TV digital brasileira. O órgão prevê que a tecnologia digital deverá fechar 2008 com cobertura suficiente para atender cerca de 40 milhões de habitantes, com base no cronograma de implantação do Ministério das Comunicações e no número de habitantes das cidades (Censo 2007/IBGE), onde o sistema entrará em operação até o final de 2008.

Para que o potencial de crescimento técnico se traduza diretamente em maior número de telespectadores, os especialistas ressalvam ser necessária uma mudança cultural que não ocorre repentinamente.

“Uma coisa foi na última revolução, quando houve a migração do preto e branco para o colorido. Você tinha como visualizar isso. Agora, quando você diz que aumentou a definição de 420 linhas para 1.080 linhas há uma dificuldade de saber e compreender o que é isso. Então é preciso que pessoa veja, note a diferença e pense que aquilo é uma coisa para ser ter na sua casa”, argumentou Nogueira. “Mas isso é algo que, com o brasileiro gostando de tecnologia como gosta, será vencido até mais rapidamente do que em países com renda per capita mais alta que o Brasil”, previu.

Quando se fala em atrair mais telespectadores, a discussão se volta invariavelmente para o preço dos conversores de sinal. Hoje, o modelo mais simples desse aparelho que adapta o televisor para receber a programação digital é vendido a R$ 199,00.

Na última sexta-feira (28), ao comentar as perspectivas da tecnologia para os próximos anos, o ministro das Comunicações, Hélio Costa , destacou a necessidade de se ampliar a produção dos conversores ( atualmente na casa dos 100 mil aparelhos por mês) e a possibilidade de nova redução nos preços.

“Acho que o próprio governo tem espaço para reduzir impostos na área federal. Se conseguíssemos tirar o PIS e a Cofins, já teríamos aí um desconto básico de 30% no preço do conversor”, afirmou o ministro.

A perspectiva de queda no preço também é apontada pelo SBTVD. “O ciclo de vida de qualquer produto começa com um preço mais alto e vai baixando. Você vai diluindo custos, a economia de escala vai funcionando, com mais gente comprando”, avaliou Nogueira.

Uma previsão de vendas da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) mostra que até o fim desse ano devem ser comercializados de 100 mil a 120 mil conversores, 90 mil aparelhos de TV com conversores embutidos, 100 mil receptores portáteis e 180 mil receptores móveis (celulares). O SBTVD calcula, por sua vez, que 645 mil telespectadores façam uso das transmissões digitais em dezembro de 2008.

Até o segundo aniversário de implantação, especialistas e autoridades prevêem que a TV digital brasileira estará implantada em todas as capitais e em cidades importantes do interior, já com os recursos de interatividade disponíveis após a conclusão de especificações técnicas.

São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS) já têm transmissão digital em HD e para dispositivos móveis e portáteis. Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Campinas (SP) terão até este mês.

Saturação em rede

por Karina Babá Tubota

O serviço de banda larga já mostra sinais de saturação. Por um lado, a era digital já revelou grandes feitos, porém ainda revela desorganização e milhares de brasileiros ainda não têm acesso à internet e aos meios de comunicação digitais.
Portanto, tornou-se um grande paradoxo, pois democratizar a comunicação também envolve criar acessibilidade para todos, sem exceção.

Muitas pessoas não possuem sequer um computador ou uma conexão via telefone, quanto mais banda larga. Não tem internet rápida, nem dinheiro para comprar um aparelho. A televisão ainda é o meio mais comum e de mais abrangência no Brasil.

Já não basta ter que enfrentar os congestionamentos no trânsito, teremos que passar pelos “apagões na rede”? A evolução digital também transpassa o terreno do limite, em que é preciso novas formas de realizar a otimização do tráfego de rede. A banda larga não é um recurso infinito, mas a tecnologia tem muito para avançar. Porém, toda essa expectativa não pôde ser prevista? É como se as provisões de futuro não fossem consideradas. Será que podemos comparar com os desmoronamentos em Santa Catarina? Por quê não prevenir, para que remediar?


Banda larga começa a dar sinais de saturação
01/12/2008
Redação
Caderno Digital


Estudo indica que demanda por Internet rápida superará a oferta em quatro anos, provocando "apagões" da rede.

O crescimento da demanda por banda larga deverá provocar problemas graves do serviço já em 2012. A solução para evitar um eventual colapso será a otimização do tráfego de rede, de acordo com a análise de Osmar Correa, gerente de comunicações da Allot, empresa líder em otimização de serviços IP, baseado em números divulgados pela Nemertis Research esta semana.

"É errado pensar que a banda larga é um recurso que pode ser expandido infinitamente. Assim como o serviço de água ou esgoto, a largura de banda também possui um limite", comenta Osmar Correa, gerente de comunicações da Allot. O estudo aponta para a deterioração de certas aplicações de Internet que consomem muita largura de banda, como streaming de video e redes peer-to-peer - rede de troca de arquivos entre usuários - o que provocará "apagões" do serviço.

Como as ruas de uma cidade que podem ser alargadas até um certo ponto para o escoamento do trânsito, a expansão da rede de dados também possui limitações. "As operadoras e os provedores terão que investir em tecnologia para gestão do tráfego de rede. A demanda está exigindo cada vez mais da largura de banda e, se nada for feito, o internauta terá que conviver com engarrafamentos também na Internet", comenta Correa.

Somente no Brasil, números da Anatel indicam que os acessos à internet em alta velocidade chegarão, em 10 anos, a 40 milhões pela rede fixa e 125 milhões pela rede móvel. Este aumento acelerado coloca em discussão a criação de pacotes diferenciados de acordo com as necessidades do usuário. "A gestão do tráfego possibilita a opção de pagar de acordo com os hábitos de uso, melhorando a qualidade geral do serviço", comenta Correa.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Comunicar fica em segundo plano na política


Para especialista, jornais de bairro, rádios comunitárias e conselhos municipais deveriam ganhar mais espaço

por Karina Babá Tubota (para o Hoje Jornal)

Levantamento realizado pelo Fórum de Democratização da Comunicação (FNDC), de Porto Alegre (RS) revelou que 106 candidatos a prefeitos das 26 principais capitais do Brasil e do Distrito Federal desconsideravam as políticas públicas de comunicação ou desconheciam seu significado. E que 11 políticos ou 10,37% do total, abordaram o tema de forma errônea, entendendo o assunto simplesmente como adoção de governo eletrônico e de práticas de inclusão digital.

Segundo o secretário do FNDC, Pedro Osório, a definição de política pública de comunicação vai além. "As políticas públicas de comunicação compreendem processos relativos à tecnologia, digitalização, telefonia, rádios comunitárias, normas de regulação de produtos de comunicação e ao pensar a qualidade e conteúdo dos meios de comunicação", define.

Somente 11 candidatos responderam sobre a existência e contéudo das políticas municipais de comunicação em seus planos de governo. E só uma das candidaturas referiu-se ao Conselho Municipal de Comunicação e à realização da Conferência Nacional de Comunicação.

Em geral, os entrevistados não sabiam distinguir as medidas necessárias para adotar planejamento e programas de estímulo e viabilização de rádios comunitárias, o fortalecimento de pequenas empresas de comunicação, a educação para a mídia, o esboço de formas de controle público sobre a mídia local ou o uso dos rescursos de comunicação.

Conforme Osório, alguns citaram propostas de inclusão digital, expansão de banda larga e acriaçaõ de lans houses. "É preciso incentivar as rádios comunitárias, os jornais de bairro, a criação de Conselhos de Comunicação municipais e questionar o papel dos meios de comunicação, já que não existe o estímulo federal", declara.

Diante do resultado, Osório observou que há uma tradição no Brasil da apropriação do público para o privado. "As concessões de rádio e TV estão no poder de algumas pessoas. E o assunto é pouco discutido na mídia, o que deveria produzir conhecimento", afirma.

Ao defender o debate junto à sociedade, Osório entende que se deveria refletir sobre o que a população recebe, se interessar e participar de eventos. Além disso, as entidades sociais deveriam incentivar a consciência crítica. "Quando abro a torneira e há algo errado, tenho para quem reclamar. Se um programa fere meus direitos, é diferente. É preciso que os políticos notem que não é uma situação normal os governos controlarem a comunicação. Deveriam olhar como uma realidade a ser mudada", diz.

À frente de uma entidade que estimula ações de democratização da comunicação, Osório acredita que houve a ampliação da discussão, porém ainda vê a questão com pessimismo. "Vejo com certo grau de dificuldade e pessimismo. Desde o governo de FHC, houve retrocesso, pois não se abriu para a participação. Como o governo Lula, se abriu mais o debate e avançou com a criaçaõ da TV pública,a TV Brasil, porém há um longo caminho a ser percorrido", analisa.

domingo, 16 de novembro de 2008

Poder na mão de poucos

por Karina Babá Tubota

Hoje, é muito fácil e rápido trocar informações e, na internet, se tornam muito mais acessíveis em qualquer parte do mundo, na forma de globalização de conhecimentos e de liberdade de expressão, não de inclusão digital. Porém, os gigantes da era industrial, sobretudo empresas de telecomunicações, querem cercear o poder e figuram como vilões da democracia na comunicação.
Em 2005, a Federal Communications Commission (Comissão Federal de Comunicações) dos Estados Unidos acabou com a lei de neutralidade da rede, de forma a criar diferenciação para os provedores de acesso e as empresas que pagassem mais teriam vantagens como acessibilidade mais rápida ou mesmo isenção de pagamento, a velha lei do quem paga mais, pode mais.

Assim, não há espaço para novos conceitos e idéias e as pequenas empresas acabam oprimidas, o que contraria o propósito do criador da worl wide web, Berners-Lee, de um modelo aberto de troca de informações, conhecimentos e de idéias...

As empresas de telecomunicações parecem estar de acordo com a não neutralidade da rede, mas pelo menos, nos Estados Unidos, Barack Obama parece estar ao lado do modelo mais democrático. Longe de discussões políticas, é preciso que o mundo ganhe a liberdade de ser multicultural, parcial, consciente, participante e organizador. Ponto para ele se suas intenções são boas, mas precisam sair do papel. Mais uma vez começa por lá para só depois chegar aqui no Brasil. Mas, já é um bom começo...

A verdade é que a lei de propriedade de idéias está ameaçada, porém o conhecimento é justamente crescente quando se é compartilhado. O crítico literário e dramaturgo George Bernard Shaw definiu esse conceito muito bem. "Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã e trocamos estas maçãs, então eu e você teremos ainda apenas uma maçã. Mas se eu tenho uma idéia, e trocamos nossas idéias, então, cada um de nós terá duas idéias".

Para isso se tornar realidade também é essencial construir uma política pública de convergência digital e promover o acesso universal e gratuito à internet por meio da banda larga, assim como incentivar as ações de realidade alternativa e participativa.

A neutralidade da web, portanto, é um elemento essencial para que se estabeleça a liberdade de expressão e a diversidade na internet. O conhecimento não nos pode ser negado.

Na conferência Brainstorm Tech, o professor de Stanford e fundador do "creative commons", Lawrence Lessig alertou nos recentemente (em setembro) que o próximo plano de ataque terrorista do governo dos Estados Unidos poderia ser realizado via web com um bombardeio de vírus ou com um sistema de hackeamento do sistema de segurança ou transporte de alguma grande cidade ou coma fusão dessas prerrogativas.


A seguir um trecho da sua fala na conferência traduzida para o português:



"Vamos assistir a um i-9/11. O que não necessariamente quer dizer que seja um ataque da Al-Qaeda. Significa que teremos um evento em que a instabilidade ou a insegurança da internet se tornará clara durante uma situação mal intencionada, que inspirará uma resposta do governo norte-americano. Vocês se lembram do Patriot Act, que foi cogitado logo após os ataques de 11 de setembro e que foi aprovado em menos de 20 dias.

O Patriot Act é enorme e eu lembro de perguntar a um oficial do departamento de justiça como que eles escreveram uma série de leis tão rapidamente e a resposta foi que ele já estava pronto na gaveta do departamento de justiça nos últimos 20 anos, esperando só o momento certo para ser sacado e colocado em prática.

Claro que o Patriot Act é cheio de várias maluquices sobre se os nossos direitos civis estão ou não protegidos e sugestões de mudanças. Então outro dia jantei com Richard Clarke e o perguntei se existiria um equivalente, um Patriot Act digital, prontinho para ser usado caso um evento de grandes proporções aconteça. Uma série de leis que transformaria radicalmente a forma como a internet funciona. E ele disse: ’claro que há’”.

A seguir, alguns vídeos em que Laurence Lessig fala sobre como a neutralidade da internet está ameaçada e como a lei sobrepuja o direito à liberdade de ir e vir na internet:










Discussão sobre neutralidade na web ressurge


14/11/2008
Redação
Info Abril

WASHINGTON - Um importante legislador norte-americano entregará um projeto de lei em janeiro que visa impedir provedoras de acesso à internet de bloquearem certos conteúdos.

A sugestão de lei reiniciará a discussão a respeito da neutralidade na internet.

O senador Byron Dorgan, um democrata do norte de Dakota, acredita que uma regulamentação é essencial para proibir empresas de telefonia e de cabo de discriminarem sites e serviços.

“Realmente nos parece que uma lei é necessária”, disse Frannie Wellings, conselheiro de telecom de Dorgan, em discurso feito durante um evento da Universidade de Nebraska.

A guerra da neutralidade na rede coloca provedoras de serviço de web (da sigla em inglês ISPs) como a AT&T contra empresas que produzem conteúdo, como o Google e a Microsoft.

Os ISPs alegam que precisam gerenciar o tráfego nas suas redes, sem a interferência do governo, para conseguirem oferecer o serviço adequadamente a todos os usuários.

O presidente norte-americano recém-eleito, Barack Obama, apóia a neutralidade da internet.

A velha mídia está para desaparecer?

por Karina Babá Tubota

É preciso inovação na forma de olhar o mundo e nas próprias visões dos organizadores da notícia. A novela, o telejornal, os programas televisivos em geral, tanto os da TV aberta como a cabo são margeadas e definidas a partir de cópias, esteriótipos e idéias já pré-concebidas e de sucesso.


Mas, o público quer muito mais do que isso, deseja conteúdo. O zap do controle remoto já não o mais sacia e o telespectador acaba por desligar a televisão e acessar a internet, onde pode ter mais liberdade de escolha e interagir com o outro, mesmo que virtualmente.

Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o percentual de internautas brasileiros 15 a 17 anos subiu para 33,9%.
Desse mesmo modo, os que mais acessam a internet se situam nos que possuem faixa de renda e tem um nível de escolaridade maior, porém nas classes mais baixas, verificou-se que os mais jovens também são os usuários da web mais comuns. E somente 7,3% tinha acima de 5o anos. E 90% dos jovens utilizam para fins educativos e para lazer e entretenimento.

É muito díficil que a TV, assim como o rádio, o jornal, a revista desapareçam, podem até perder a eficácia persuasiva, mas sempre haverá público para todas as mídias. Só que a internet permite aliá-las e, ainda que não acabada em suas fruições, mediações e capacidade de desenvolvimento, permite olhar para o futuro com um pouco menos de crueza e mais poder de mudança para um mundo mais democrático. Não é fácil e rápido como a navegação, mas não é uma utopia.

Está evidente que a TV não educa mas, muitas vezes, não cria alternativas de pensamento crítico, de realidade. Não que o livro dê mais "audiência" do que a TV, mas o processo começa pelo acesso ao conhecimento não imposto, mas sim interativo, que faz o cidadão refletir sobre um assunto, buscar novos métodos e associações para um trabalho, sem se tornar escravo da mídia dominante, dos mesmos padrões de ver o mundo e das idênticas formas de comunicação.

A internet ainda permite certa liberdade. Lutemos para não perder esse livre caminhar de ações e permissividades...




Mudanças nos hábitos de ver TV fazem a audiência cair e 'envelhecer'

13/11/2008

Keila Jimenez - Observatório do Direito à Comunicação


Presidência da República
Janete Clair dizia que novela é como um grande novelo de lã, quando a gente vê, já está enredado nela. Mas hoje, nesse tricô de Globo, Record e cia., andam faltando pontos. Literalmente...
A Globo amarga as piores médias da história com suas tramas atualmente no ar. Na Record, não é diferente. As audiências festejadas na casa dos 20 pontos estão cada dia mais distantes. A Band pôs suas barbas dramatúrgicas de molho. No SBT, a novela da mulher do patrão segue na espera, temerosa, enquanto a reprise de Pantanal atrapalha a concorrência.

Dá-lhe então um pacote de especialistas com explicações para a crise, que vão da velha desculpa do trânsito caótico, que atrasa a chegada das pessoas em casa, à fuga para a web e TV paga. Ou só cansaço do gênero...

Web e jovens
Há um pouco de tudo isso, apontam os estudos. A migração de público para internet é evidente: em 2007 foram vendidos no País 10,5 milhões de computadores, ante 10 milhões de aparelhos de TV. Em menos de 10 anos, pulamos de 1 milhão para 42 milhões de internautas e 10 milhões desses são navegantes de banda larga.
Ah, então quer dizer que a fuga da TV é generalizada? Sim e não. Há mesmo menos pessoas vendo TV aberta, mas essa queda não é sentida em todos os horários. O número de TVs ligadas na Grande São Paulo pulou de 45,2% em 2006 (média diária) para 44,5% este ano, até outubro - queda de menos de 1 ponto porcentual. No entanto, a turma que desligou o televisor no horário das novelas é maior: na Globo, o share (participação entre o total de TVs ligadas) na trama das 6 caiu de 56% (2006) para 40,9%(2008). Na faixa das 21h, o share despencou de 67,4% (2006) para 59%(2008).

"A queda tem razões e proporções diferentes nas emissoras. Na Globo, as audiências estão caindo por causa dos efeitos da concorrência", ataca o autor de novelas da Record, Tiago Santiago. "Já aqui, o ibope caiu porque sofremos a concorrência inesperada de Pantanal e também por conta do horário eleitoral, que derrubou o número de TVs ligadas." Santiago descarta crise do gênero e a debandada dos telespectadores mais jovens. Sim, além de perder ibope, o horário nobre da TV aberta está envelhecendo. Daí a corrida frenética para produzir folhetins que seduzam esse público.

"Tentar fisgar jovens para as novelas é chorar o leite derramado. Estudos mostram que há tempos eles não são o público forte das tramas e, agora, com a diversidade de mídias, essa fuga ficou mais evidente", explica a professora da USP Maria Thereza Fraga Rocco, que realiza estudos sobre TV. "A tendência, não só nas novelas, é a concentração de público ser menor. As pessoas vão ver vídeos na web, TV paga, vão ter outros interesses. A TV não vai perder a importância que tem, mas terá de aprender a dividir."

O autor Silvio de Abreu concorda e acha injusto jogar o peso da queda de audiência só nos folhetins. "Se você olhar pela porcentagem da audiência, mesmo com índices menores - resultado de menos aparelhos ligados - a novela das 9 da Globo é ainda o programa mais assistido", fala .

Segundo o diretor de Mídia da DPZ, Flávio Rezende, o momento é de mudança, não de pânico. "Novela boa continua sendo produto forte para os anunciantes, vide o desempenho da reprise de Pantanal no SBT", fala. "A queda de ibope com a migração para outras mídias existe, mas talvez esses números virem quando começarem a aferir audiência na mobilidade. Cada vez mais pessoas assistirão a conteúdo em seus laptops, TVs portáteis, celulares...", continua. "Você não vai precisar correr para casa para ver o último capítulo da novela, verá no ônibus, no carro, no avião. As pessoas não vão deixar de ver TV, é o jeito de se ver TV que está mudando."

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